(Em 2022, o IPDT desenvolveu um artigo sobre tema “Turismo espacial – O que é e como vai evoluir no futuro”. Sugerimos a sua leitura , o presente artigo representa uma atualização do tema, tendo por base os acontecimentos dos últimos 2 anos).
Outrora associado à ficção científica, o turismo espacial assume, hoje, contornos reais, impulsionados por avanços científicos e tecnológicos, investimentos privados e ambições comerciais. Nos últimos vinte anos, a relevância desta temática cresceu significativamente, sobretudo no domínio económico, algo que permitiu a concretização de expedições que vieram desafiar os limites do possível.
Em 2001, Dennis Tito integrou a missão Soyuz TM-32 e tornou-se no primeiro turista espacial da história. Desde então, mais de 60 pessoas realizaram viagens ao espaço, embora a maioria tenha participado em voos suborbitais, trajetos de curta duração que ultrapassam temporariamente a atmosfera antes de regressar à Terra.
É neste cenário que surgem os nomes de duas personalidades incontornáveis: Jeff Bezos e Richard Branson, fundadores da Blue Origin e Virgin Galactic, respetivamente. As suas empresas foram pioneiras na oferta de voos suborbitais que atingem altitudes entre os 80 e os 100 quilómetros. Com uma duração aproximadamente 11 minutos, estes voos marcaram o primeiro capítulo da história da exploração comercial do espaço.
Um exemplo concreto desta realidade é o lançamento recente do foguetão New Shepard, da Blue Origin, com uma tripulação exclusivamente feminina, algo que não acontecia desde 1963.
Ainda que embrionário, o mercado do turismo espacial já apresenta soluções de maior sofisticação e exigência. A SpaceX, liderada por Elon Musk, destaca-se neste âmbito ao proporcionar experiências orbitais completas. Em 2021, o bilionário Jared Isaacman financiou e liderou a Inspiration4, a primeira missão totalmente civil a orbitar a Terra. A tripulação partiu da Florida numa cápsula da SpaceX e permaneceu três dias no espaço, tendo aterrado com sucesso no Oceano Atlântico.
Será importante referir que a indústria do turismo espacial é uma indústria de nicho, marcado por custos elevados e processos de seleção rigorosos. Contudo, acredita-se que o setor evoluirá rapidamente, com o aumento de expedições bem-sucedidas, acesso a materiais low-cost e lançamento de novas soluções tecnológicas.
Ao refletir sobre este processo, poderá estabelecer-se um paralelismo com o percurso da aviação, que há pouco mais de um século era um privilégio de poucos, mas que, com o tempo, se democratizou.
Ora, se a órbita terrestre já foi conquistada e a Lua pisada, sendo o ser humano uma espécie ambiciosa por natureza, Marte já ocupa 1º lugar das bucket lists. Com esse horizonte em mente, diversas empresas estão a desenvolver projetos para viabilizar não só a chegada, mas também a estadia em solo marciano, tendo por base condições de conforto e funcionalidade.
A Space Development Corporation propõe a criação da Estação Voyager, um hotel espacial com capacidade para 440 pessoas, equipado com alojamentos, ginásios, restaurantes e módulos de investigação científica.
Já a Blue Origin, através do ambicioso projeto Orbital Reef, pretende construir uma estação espacial comercial que visa conciliar turismo de luxo, investigação científica e atividades empresariais.
Ainda assim, revela-se fundamental abordar os desafios que ultrapassam as barreiras financeiras destes projetos. Poucas das práticas associadas às operações espaciais podem ser consideradas verdadeiramente sustentáveis, apesar dos esforços crescentes de várias empresas na melhoria dos sistemas de propulsão e no desenvolvimento de veículos reutilizáveis.
A par das preocupações ambientais, persistem também sérias incertezas no campo da saúde humana. A exposição prolongada à radiação cósmica e os seus efeitos no organismo continuam a ser objeto de investigação para garantir a segurança e viabilidade do turismo espacial numa escala maior.
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